Me era uma vez
Não há muito tempo
A fonte
de Desejos
moedas e do ensejo.
Por ela passaram copos
Baldes e árvores. Cada
qual com seu intento:
Ser pássaro, ser folha
e objeto.
Desaguava nas ondas do vento
da respiração da terra
até sumir uma rocha do rio.
Saí fortuito à ver o espelho
E vi que uma alma minguava.
Inumana, tácita e distante
Sem reflexo, seca e passante...
Na solidão das pedras
As águas eram quem tinham sede.
M.C.