quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Poema da memória





Ontem pensei em ti
E esta é uma bela imagem...

A memória é um quadro
Fun da me n tal
Pra quem pensa com o peito.

..

Ontem vi a lua
E o sol.

Ele


guardava entre os pelos
o negro de seus cabelos.
acalmava o seu furor
com cachos de irreverências...


E como penso nela!


que não é só lua
Não é só astro
Mas o rosto que amo,
Sem linha nem tempo.. .

Eu vi a lua
E a saudade
das mornas águas sem fim


M.C

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Dançando com o destino

A felicidade é um fio
partido, inclinado, desconjuntado

Pede a junção com (e por) nós.
É o que nos torna
a resistência às Moiras
e sua saga de navalha.

Somos a carne que sutura
as linhas saturadas de sangue.
a teimosia amar-rante
que se diverte 
só de escavar ampulhetas

Bailemos entre terra e água,
nas curvas do vento 
sob o chapéu celeste

Rodemos enquanto somos centelha
Enquanto formos movimento
Mesmo estando os cílios
amarrados com lágrimas.


                                           (M. C.)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018














Amar é fluido
É vaga contra pedras
Areiar rochas
Pulverizar conchas.

Mas sobretudo
Transformar

A mar é mãe
mareinha, mamaré,
mãmãr

E por isso é voz.
Sem Icaraí que cale,
Ponte que a contenha.
Espigão que lhe barre.



Amar é movimento.
Onda que vai
Onde que vem.
Mar é mãe.
Mar é Maria.





M.C.

domingo, 3 de setembro de 2017

Uma rosa plantada no mar
Cava vagas
Cava às cegas
E debulha o sal 
- baga
a baga -
seu rosário penitente

E traz,
em seu burilar de fé,
sua prece pício.

E faz
despencar a fé
em chuva cadente
rasgando a cortina
com sóis prismados

reza a rosa,
chove a rosa,
e alimenta, seca, a sede do mar





quarta-feira, 19 de julho de 2017

À tese



Escrever não é. Para aos poucos
a testa em riste, o teso das palavras.
Tesão engasgado no malho das ideias.

É pa, acricultura; fardo d'empalha. lavra.
batalha verminosa e amante, 
impinge egípcia, fritura fria, 
virilha secreta.

Revista do ex-crivo. 
incerto atesto
Espelho deflexivo, 
amargo à margem do tempo
e à maré das pressas

É fundo,
o fluido incessar das pausas
senhoras comentando a aurora

domingo, 4 de setembro de 2011




A lua arabesca
Se odalisca
Me belisca os anseios
E desce ao umbigo

A lua
Vestida de nua
Transcende
E faz estrelas comigo
A lua

De manhã
é D'alva
Cantando a noite


M. C sta

sábado, 4 de junho de 2011

Não sou Deus
Mas uniVerso
ao oposto de falar

Pra sentir que no silêncio de estrelas
estala as palavras
tropeçadas em mar de céu

Não sou Deus
Mas posso unir o inverso
pois amar, é
falante de meu aposto.


M.C sta